Hipocondria
Por definição, um doente hipocondríaco é uma pessoa que se
preocupa excessivamente com a sua saúde, valorizando demasiado um ou mais
sintomas sentidos, (aos quais atribui uma causa específica, geralmente
grave) ou tendo o receio de ter ou de vir a ter uma doença, mesmo que não tenha
qualquer sintoma suspeito dessa doença.
Para que se considere este diagnóstico, esta
situação tem de durar mais de seis meses, tem de ser realmente sentida pelo
doente, (não é fingida e não resulta de qualquer tipo de delírio ou alucinação)
e não se enquadra no quadro clínico de qualquer outra doença mental.
Em geral, os hipocondríacos procuraram por
todos os meios esclarecer as suas dúvidas e encontrar as doenças que pensam
ter, através de múltiplas consultas médicas e de muitos exames complementares
de diagnóstico, mas têm muita dificuldade em aceitar que não têm essas doenças,
mesmo que os exames médicos concluam pela sua inexistência.
Pelo contrário, em vez de ficarem descansados,
como sucede com a maioria das pessoas, os hipocondríacos sentem-se
incompreendidos pelos outros, vivem muito perturbados e angustiados, continuam
a achar que têm mesmo essas doenças e preocupam-se excessivamente com elas:
estudam-nas exaustivamente na literatura ou na internet, procuram obsessivamente
novos médicos para pedir mais exames, recorrem a medicinas alternativas,
astrologia, cartomancia ou feitiçaria e muitas vezes tomam por iniciativa
própria medicamentos que julgam ser úteis para tratar essas doenças.
Este percurso de sofrimento psicológico
continuado leva os hipocondríacos a dedicar muito tempo, energia e dinheiro às
suas preocupações com a saúde, condicionando a sua vida pessoal, familiar e
social, desenvolvendo níveis elevados de ansiedade e chegando mesmo a entrar em
depressão (por vezes com idéias suicidas como alternativa ao seu sofrimento).
São gerados níveis elevados de stress, que
podem desencadear verdadeiras doenças psicossomáticas, como gastrites, úlceras,
colites, “angina de peito”, hipertensão arterial e outras, mas é freqüente que
os hipocondríacos desvalorizem estas doenças, tal como normalmente não ligam a
outros sintomas que possam sentir, deixando assim de identificar as doenças de
que realmente sofrem e que deveriam ser tratadas.
Os fatores socioculturais desempenham um papel relevante
na hipocondria.
A importância que em cada época é atribuída a determinadas
doenças como, por exemplo, a tuberculose, o cancro ou as doenças de transmissão
sexual, pode contribuir para gerar em diversas pessoas receios específicos em
relação com a doença que é mais comentada e falada. Nas redes sociais, a disponibilização de informação sobre saúde, embora fundamental e muito benéfica, pode associar-se, nas pessoas mais susceptíveis, a grandes receios sobre as doenças, exacerbando o quadro de hipocondria.
Informações: mmnaturopatia@gmail.com
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