A História da Acupuntura
Há muita especulação a respeito do tempo de existência da Acupuntura. A
maioria dos autores fala que a Medicina Chinesa existe há cerca de 5000 anos. O
que se sabe ao certo é que ela tem uma longa e rica história moldada ao longo
do tempo sob influência de vários fatores, sendo o principal a cultura do povo
chinês, sua filosofia, política, religião e ciência. É a terceira forma mais
antiga de medicina, sendo antecedida apenas pela medicina praticada no Egito e
na Babilônia.
Como sabemos, os fatos do passado chegam até nós ou de maneira racional,
pelas descobertas arqueológicas apoiadas no factual, ou através de lendas e
mitos. É lendário, por exemplo, o fato de certo general chinês, numa batalha
contra os invasores mongóis, ter sido ferido no calcanhar por uma flecha
inimiga. A flechada não o matou e, mais tarde, ele verificou haver diminuído ou
desaparecido a lombalgia da qual sofria. Segundo a lenda, a acupuntura chinesa
teria nascido a partir dessa flechada.
O que se sabe ao certo é que, por volta do ano 540 a.C., surgiram as
primeiras experiências da prática médica embasadas por um subsídio teórico,
subsídio este formado pelas teorias do Yin e Yang e dos Cinco Elementos (Água,
Madeira, Fogo, Terra e Metal).
Huang Di (O Imperador Amarelo) foi um dos Cinco Imperadores, reis
lendários, sábios e moralmente perfeitos que teriam governado a China após o
período de milênios, regida pelos também lendários Três Soberanos. O Imperador
Amarelo teria reinado de 2698 a.C. a 2599 a.C. e, conta a tradição, que desde
criança era muito perspicaz, dotado de uma inteligência fora do comum e capaz
de estabelecer raciocínios avançados, além do normal para a sua idade, sobre os
mais variados temas. Durante o seu reinado interessou-se especialmente pela
saúde e pela condição humana, questionando os seus ministros-médicos sobre a
tradição médica da época.
Do registro das conversas entre Huang Di (O Imperador Amarelo) e seus
ministros, surgiu a obra conhecida atualmente como Nei Jing “O Clássico do
Imperador Amarelo”. Esta obra é considerada até hoje como um dos livros fundamentais
da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Alguns estudiosos da história da China
acreditam que esta obra tenha sido realmente escrita por médicos que teriam
feito uma síntese da tradição oral médica chinesa daquela época. Isto entre os
meados do século V a.C. até a unificação da China em 221 a.C.
HISTÓRIA
CONTEMPORÂNEA DA ACUPUNTURA
Em 1914 o Governo Revolucionário do Norte, na China, propôs a abolição
da Medicina Tradicional Chinesa . Nesta época, à medida que o Mundo se
preparava para a Primeira Guerra Mundial, a acupuntura estava em decadência,
mal conseguindo se opor ao crescimento da biomedicina no Japão e na China. As
faculdades de medicina passaram a ser denominadas sociedades ou estações de
treinamento, que seriam a base para a instalação posterior, pelo governo
comunista, dos chamados médicos pés-descalços.
Na década de 30 o embaixador francês George Soulie de Morant traduziu
para sua língua alguns textos da Medicina Tradicional Chinesa criando o termo
“meridiano” (hoje largamente empregado na acupuntura), inspirado nos meridianos
terrestres, que são linhas virtuais.
Logo após a Segunda Grande Guerra Mundial, começou a recuperação da
Acupuntura. As terapias médicas tradicionais chinesas receberam o apoio de Mao
Tse-tung e de outras pessoas solidárias às necessidades culturais chinesas. As
principais escolas de medicina tradicional foram fundadas e, neste mesmo
período, a acupuntura começou a se desenvolver na França, Alemanha, Áustria e
outros países europeus. Em 1958 Mao declarou: “A Medicina Chinesa é um imenso
tesouro nacional. Devemos nos empenhar ao máximo para divulgá-la e edificar
suas bases”. Neste mesmo ano ocorre o chamado “Grande Salto Avante na China”.
Foi quando a medicina tradicional e a medicina moderna começaram a se integrar.
Em 1972 um incidente com o jornalista James Reston, membro da comitiva
do Presidente americano Richard Nixon à China, repercute fortemente nos Estados
Unidos e “desperta” o país para a Medicina Tradicional Chinesa. Em um artigo,
este jornalista descreve como, após uma crise de apendicite durante esta
visita, foi anestesiado por acupunturistas chineses e operado. Relata também o
efeito da acupuntura nas suas dores pós-operatórias. A cirurgia, filmada,
provocou verdadeiro espanto não só entre os membros da comitiva como nos
Estados Unidos em geral. Como a ONU tem a sua sede dentro dos Estados Unidos,
ela acompanhou de perto estes eventos e passou a investigar melhor aquilo que
se falava sobre a Acupuntura. Não demorou muito para que a ONU passasse a
reconhecer muitos pontos da acupuntura como válidos, principalmente para a
analgesia.
Nas décadas seguintes vários livros sobre acupuntura foram publicados e
a Organização Mundial de Saúde passa a reconhecer oficialmente a validade da
acupuntura no tratamento de quadros dolorosos. Estava, assim, aberto o caminho
para a aceitação e validação dos métodos relacionados à Medicina Tradicional
Chinesa aqui no Ocidente.
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