TIPOS DE CARÁTER – O AMORFO
Características: não-emotivo, inativo, primário. Tem como
traço fundamental uma preguiça evidente, distinta da do nervoso. Propenso à
tensão psicológica. Está entre o nervoso e o sanguíneo: há, com efeito, amorfos
para-nervosos e amorfos para-sangüíneos. Abre-se passivamente aos estímulos do
ambiente. Executa docilmente as suas tarefas, se lhe são exigidas por uma
“autoridade” que tenha competência; abandonado a si próprio, nada faria, e
nunca faz mais do que lhe é pedido. Se um trabalho reclama esforço, adia-o para
“amanhã”. Deixa as coisas para a última hora, a fim de conseguir ajuda dos que
já terminaram as suas tarefas. É bastante impontual. Os para-sangüíneos demonstram uma preguiça particular, embora
alguns consigam bons resultados nas línguas vivas e em geografia. Se são
preguiçosos, mas comem bem, dormem e brincam como as demais crianças, revelam
uma preguiça de carácter; no caso contrário, são astenicos, e convém que sejam
tratados pelo médico. No amorfo predominam os interesses egoístas e materiais, como
o comer e o beber; é o que mais come, e mais lentamente: comer em meia hora
parece-lhe impossível; tem grande atração pela cama e pelo sono, e cuida pouco
do asseio pessoal. Pratica esporte com prazer, se for esporte de grupo; não
gosta de ginástica. Conformista, falta-lhe espírito prático. No trabalho e no
estudo, quer sempre acabar logo e não cuida dos detalhes. É desordenado (alia a
falta de jeito à preguiça). Exprime-se mal; procura economizar as palavras,
encurtar as conversas, etc. Desperdiça comida, papel, material escolar,
dinheiro. Gosta muito dos jogos de azar. Modo de tratar: tem necessidade de uma autoridade clara e
forte, de compreensão e firmeza, e de uma vigilância quase que diária em
relação à preguiça. Não lhe devem ser propostos planos para o futuro ou
objetivos a longo prazo. Provocar-lhe, não a vaidade, mas a auto-confiança que
esta pressupõe. Encostá-lo à parede, para que escolha entre a imposição de um
esforço e suas recompensas práticas ou morais, e o pressentimento de uma
reprimenda e de uma punição. Realizará o esforço. São castigos adequados
privá-lo dos doces ou de um divertimento ou um passeio, ou de alguma coisa de
que goste. Dar-lhe a entender como é, com calma e naturalidade; pôr-lhe em
evidência o seu gosto pela inatividade, a sua negligência, a sua tendência a
adiar as coisas. Mostrar-lhe que existem nele inclinações que deve vencer de
modo a preparar o seu sucesso, mesmo que os resultados sejam pequenos.
Sugerir-lhe um trabalho de grupo. Se lhe for proposto um esforço bem
proporcionado, executá-lo-á. Leva muito em consideração as críticas, as
caçoadas, as observações dos seus companheiros. Apelar continuamente para os seus gostos, tanto na família
como na escola, a fim de que adquira o hábito de interessar-se e de
esforçar-se. Ajudá-lo a fazer um programa de pequenos sacrifícios quanto ao
dormir e ao comer.
Fazer-lhe notar as alegrias que dá o esporte, pois acabará
por adquirir um certo prazer pelo esforço. Interessá-lo em excursões e passeios
que possam ajudá-lo a mexer-se. Não permitir que se deleite na tranquilidade
dos hábitos domésticos; dar-lhe exemplos de energia, entusiasmo e atividade.
Envolvê-lo numa rede de deveres firmes e constantes, e não lhe permitir
demasiadas desculpas por não os ter cumprido (mesmo em relação ao horário). Fazer com que mantenha o quarto em ordem, limpe os sapatos e
não seja negligente no asseio pessoal e no vestir. Fazê-lo lutar contra a
imprecisão na linguagem, contra o desperdício, contra o hábito de tomar
emprestado e não restituir, ou contra a impontualidade. Incentivá-lo a fazer
cada dia alguma coisa pelos outros.
“Conhecer o temperamento dos filhos” (Anna Maria Costa, in “Conheça seu filho”, 3ª edição,
Quadrante, São Paulo, 1995″)
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