TIPOS DE CARÁTER – O NERVOSO
Características:
emotivo, inativo, primário. Extrovertido
e absolutamente primário nas reacções. Tem uma sensibilidade tumultuada e
incoerente, uma inteligência desordenada e uma vontade inconstante. Tende
facilmente aos entusiasmos e às contradições. Foge da solidão, gosta das
mudanças e das novidades, da alegria e dos divertimentos. Mostra-se satisfeito
de si próprio, vaidoso e desejoso de estima. Tendencialmente instável, tem uma
aparência tensa e move-se por impulsos. E
violento e susceptível; procura emoções profundas e novas, e cai em frequentes
contradições entre o que pensa e o que vive. É talvez o mais propenso à
mentira. Hipercrítico e desconfiado, experimenta desejos elevados e
inconstantes: tende a construir grandes projetos, que depois abandona. Fica
satisfeito quando se acha em primeiro plano, fala continuamente de si, é hábil
na conversa, procura impor-se por meio da crítica e do espírito de contradição,
e pode chegar a assumir atitudes orgulhosas e de desprezo para com os outros.
Amável e afetuoso, apresenta-se como o típico “menino simpático”, que, no
entanto, não se submete a nenhum esforço. Modo de
tratar: precisa de educadores muito francos e muito generosos, dispostos a
aceitar pacientemente a sua emotividade e a saber orientá-lo. É contra-indicada
a severidade excessiva. Pode ser oportuno, sempre com o parecer do médico,
ajudá-lo a conseguir um mínimo de calma, utilizando, se for preciso, um
adequado tratamento fisiológico. Exige muita vigilância – mas não uma atitude
de indiscrição ou curiosidade -, acompanhada de muita delicadeza no trato; as
repreensões e as críticas não o educam, antes o levam a protestar com
violência. Pode-se ajudá-lo a superar o seu desejo de exibir-se procurando
descobrir-lhe motivos positivos, valores morais que o incitem a destacar-se,
estimulando-o depois a fazer as coisas sempre melhor. Na
adolescência, é útil revelar e explicar ao filho os defeitos do seu carácter e
quais os limites da sua personalidade; em qualquer caso, é preciso corrigi-lo
com delicadeza sempre que erra e procurar responder-lhe com calma, evitando
dar-lhe motivo para novas irritações. Demonstrar-lhe interesse repetidas vezes
e elogiá-lo para sublinhar os seus primeiros sucessos. Pôr em
prática uma pedagogia atida e viva; estimulá-lo à auto-afirmação pelo domínio
de si e, durante a puberdade, ajudá-lo a analisar uma determinada emoção para
poder governá-la. Afastá-lo das suas falsas manias de originalidade, que o
levam a assumir atitudes teatrais, e estimulá-lo a conseguir uma
individualidade autêntica, meditada, decidida. Dirigir-lhe
a inteligência, atraindo-a para formas abstratas de raciocínio. Ensiná-lo a
ver as coisas numa perspectiva ampla, a procurar o “como” e o “porquê”.
Ajudá-lo a dominar a força motriz por meio de uma atividade esportiva. Para
isso, são muito úteis os trabalhos manuais: propor-lhe um único objectivo de
cada vez, mas exigindo com firmeza e afeto que o leve até o fim. Ajudá-lo a
ter um horário e a não deixar as coisas para “amanhã”. Quanto a
tomar decisões, é impulsivo e decide precipitadamente, sem prever as
consequências; por esse motivo, é conveniente levá-lo à ação em coisas que
ponham em jogo a sua reputação, utilizando, como estímulo, o seu amor-próprio.
Os passeios ajudam-no muitíssimo. Quanto às manifestações típicas de
impulsividade (teimosia, palavras, gestos), criar o vazio à sua volta e deixar
que se extravase – desde que não se trate de manifestações graves -, aguardando
que recupere a calma para lhe mostrar a sua fraqueza, comparando-a, bem mais
tarde, com o domínio de si demonstrado por algum dos seus amigos. É muito
inconstante nos seus interesses e nas suas simpatias; a escola, com a sua
regularidade e obrigações, ser-lhe-á de muita ajuda. Mas deve estar sempre
ocupado: a família pode proporcionar-lhe algumas novidades e variedades nos
jogos e nas atividades. De qualquer juízo negativo que se faça a seu respeito,
dar-lhe uma explicação tranquila e afetuosa; é importante não sermos tímidos
com os nervosos. Inclina-se
a faltar à objectividade e a mentir para enfeitar a realidade. Não se deve,
pois, alimentar a sua imaginação, e é preciso fazer com que em casa tenha um
ambiente pouco receptivo às suas “invenções”, mas sempre sem muita severidade.
É vaidoso e orgulhoso: procurar não lhe extinguir o orgulho, que é parte do seu
potencial, mas dar-lhe um rumo certo, de modo que se sinta satisfeito não tanto
pela sua pessoa mas pelos seus atos. É preciso proporcionar-lhe ocasiões de
conseguir um certo sucesso, tendo depois o cuidado de mostrar que “se notou”,
elogiando-lhe o esforço e o resultado. Nas suas “raivinhas”, não ceder, e fazer
com que ganhe consciência delas, mas com uma tranquilidade quase indiferente,
sem ironia nem castigos. Desmontar-lhe os caprichos com poucas palavras e
calma.
“Conhecer
o temperamento dos filhos” (Anna
Maria Costa, in “Conheça seu filho”, 3ª edição, Quadrante, São Paulo, 1995″)
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