TIPOS DE CARÁTER – O APAIXONADO
Características:
emotivo, ativo, secundário.
Existem
apaixonados intensos e apaixonados atenuados ou reflexivos. Os intensos são
sérios, sombrios, fechados em si mesmos. Isolados, muito impulsivos, impacientes,
susceptíveis, críticos, intolerantes, fechados nas suas próprias ideias,
intratáveis; querem dominar. Os
apaixonados reflexivos não são graves nem sombrios; são menos fechados em si
próprios, e reflexivos, pacientes, tolerantes, abertos às novidades e
não-dominadores. Ambos os tipos têm como fundo comum a violência, a ação
decidida, o pensamento rápido, o senso prático, a amplidão de vistas, a
independência, o espírito de observação, a boa memória, uma certa falta de
coragem em face do perigo. O
apaixonado intenso é o apaixonado em que a emotividade, a atividade e o
caráter secundário estão presentes em excesso. Apresenta problemas educativos
especiais e difíceis. Pode ser:
–
melancólico: mais meditativo ou vingativo. A melancolia encoberta por um
ativismo pode vir a manifestar-se em consequência de uma inferioridade ou de
um problema moral. Possui uma susceptibilidade muito acentuada. É um estudante
preciso e constante, muito inclinado às leituras sérias.
–
impetuoso: com uma forte emotividade e atividade. Às vezes, assemelha-se ao
colérico. Mal-humorado, teimoso, não perde de vista o que deseja e o que se
passa à sua volta. Cede diante dos argumentos da razão. Um impetuoso pouco
dotado intelectualmente não aceitará o insucesso; quererá compensá-lo com o
trabalho excessivo ou impondo aos outros a sua própria autoridade. A
emotividade, unida ao caráter secundário, assumirá um tom afetuoso e alegre
se o ambiente for favorável e agradável; num ambiente inadequado, dará fortes
sinais de rebeldia. Ao apaixonado, ajuda-o somente a autoridade baseada na
convicção afetuosa e no ambiente favorável. Modo de
tratar: precisa de uma direção sólida, mas nunca rígida e brutal. É preciso
mostrar-lhe que é compreendido e que se pretende ajudá-lo, e evitar ofendê-lo
ou trair a sua confiança: trata-se de um hiper-emotivo. Falar-lhe ao coração e,
ao mesmo tempo, persuadi-lo e convencê-lo. Em face da sua possível obstinação,
não interferir nas suas reflexões e discutir amigavelmente as suas objecções.
Nunca lançar mão de piadas e ironias. Habituá-lo a meditar os seus próprios
atos e, para tanto, a servir-se amplamente do raciocínio. Apresentar-lhe os
problemas com clareza, para que adquira esse hábito. É
necessário estar de sobreaviso com relação às crianças que meditam
continuamente as injustiças das quais se acham vítimas. Esta tendência pode ser
controlada com um ambiente aberto, acolhedor, optimista. Habituá-lo a conhecer
os limites das suas possibilidades, e não ceder em nada uma vez que lhe tenha
sido imposta uma justa proibição. Oferecer-lhe um ambiente agradável e ajudá-lo
mediante a autoridade de uma correção fraterna. O
apaixonado reflexivo aplica-se seriamente aos deveres escolares; nunca se
mostra ansioso. As suas diversões são complicadas e inteligentes (gosta de
montagens, por exemplo), e interessa-se por coisas, pessoas e acontecimentos
devido aos problemas que lhe levantam. Devora livros escolares, de cultura ou
de ciência; conserva com esmero os seus livros e cadernos. Já denota uma
maturidade bem consolidada a partir dos 13 ou 14 anos. Às vezes tem
manifestações de carinho, mas normalmente mostra-se reservado e tenso. Tem
sentimentos familiares muito acentuados. Não muito
emotivo, revela uma perseverança tranquila e absolutamente contínua. Pouco impulsivo,
sabe dominar-se e procura a conciliação; a sua violência não passa de algumas
efervescências momentâneas; sem ostentação, assumirá um papel de D. Quixote, e
não deixará de se obstinar enquanto achar que a sua causa é justa. Manifesta
uma firme ponderação quando faz as suas escolhas. Geralmente, está entre os
melhores alunos da escola, pois tudo o ajuda nesse sentido: a inteligência, a
memória, o espírito de observação. É generoso, ajuda com prazer os colegas mais
fracos, mas é, ao mesmo tempo, independente; gosta de trabalhar sozinho. Tem um
vivo e forte sentimento religioso. Modo de
tratar: é preciso vigiar o nosso comportamento diante dele: é alguém que julga
e sofre. O trabalho de grupo – que não é da sua preferência – dá-lhe o senso do
social. Faz-lhe bem empreender pequenas viagens. Deve-se convencê-lo a praticar
esporte, mostrando-lhe os benefícios que traz à sua vida pessoal, à sua saúde,
etc. Animá-lo a praticar atos de coragem, para os quais se sente pouco
inclinado. Os passeios com a família podem ajudá-lo muito. Estimular-lhe o
gosto pelas artes plásticas, pela música, explicando-lhe que são úteis para o
seu enriquecimento pessoal, para a sua cultura geral, etc. Dar-lhe uma formação
religiosa baseada na reflexão; em vista dos seus fortes impulsos sexuais,
oferecer-lhe explicações claras e simples, que assimilará com facilidade. “Conhecer
o temperamento dos filhos”
(Anna
Maria Costa, in “Conheça seu filho”, 3ª edição, Quadrante, São Paulo, 1995″)
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