TIPOS DE CARÁTER – O SENTIMENTAL
Características: emotivo, inativo, secundário. É fechado e introvertido. Procura a solidão, não gosta de
mudanças e novidades. Compraz-se nas coisas habituais e nas lembranças. Cai com
frequência na melancolia, é tímido, mostra-se descontente de si próprio e pouco
preocupado com o aspecto exterior. É dócil e sensível; uma simples repreensão
pode feri-lo profundamente. Tem mudanças de humor lentas, mas profundas. É
honesto e geralmente sincero. Conserva por muito tempo, firmes, as tristezas e
as felicidades da infância: cada nova experiência se insere nas impressões já
enraizadas; há uma continuidade muito forte entre a sua conduta atual e a vida
passada. Indeciso e meditativo, não se integra facilmente e é propenso a
isolar-se. Às vezes, a introversão muito acentuada pode levá-lo à arrogância,
ao menosprezo e à falta quase total de sociabilidade. Falta-lhe senso prático. Tudo pode marcá-lo profundamente; uma pequena descompostura,
um sofrimento, um castigo. Não se adapta facilmente à vida de grupo. Necessita
particularmente de um ambiente escolar acolhedor. A sua inatividade leva-o a
temer a ação, e a sua emotividade a temer as consequências da ação, passando
por indecisões e escrúpulos. Pensa e raciocina com honestidade, mas
caoticamente: nos estudos, manifesta pouca inclinação pelas matérias científicas.
Sua timidez deve-se frequentemente a uma adaptação afetiva insuficiente. Modo de tratar: o ambiente familiar é de grande valia do
ponto de vista afetivo; é bom que seja um ambiente rico de afeto, mas sem
muitos carinhos. Evitar-lhe, durante a infância, tanto as situações por demais
penosas como uma atmosfera excessivamente carinhosa e suave. Procurar
compreender bem as coisas e as situações que possam feri-lo, para ajudá-lo a
esquecer e a aceitar também os fatos desagradáveis sem exasperar-se. Ajudá-lo a
viver em harmonia com o ambiente; para isso, é preciso conseguir, enquanto não
sair da adolescência, que se interesse pelo ambiente familiar, a fim de que não
desanime e venha a isolar-se. Não combater a introversão em si, mas combater o gosto pela solidão,
pelo passado, pelas lembranças infantis, a obstinação por essas situações e o
acabrunhamento. Estimulá-lo elogiando-lhe os primeiros êxitos, e rodeá-lo de um
ambiente que o ajude constantemente. Usar de muita indulgência: não sublinhar
nunca as suas fraquezas, mas propor-lhe uma meta a conseguir, e depois outra,
sem deixá-lo pensar que seus insucessos sejam graves. Dada a sua tendência à inatividade, ajudá-lo a tomar
decisões modestas, mas progressivas. A atividade ajuda-o também a livrar-se de
seus hábitos e manias; é necessário para isso descobrir quais as coisas que
podem interessá-lo e provocá-las. Em qualquer caso, não deixá-lo por muito
tempo no ócio contemplativo da leitura ou do diário íntimo. Certificar-se da
firmeza dos seus conhecimentos religiosos, a fim de orientar a sua vaga
religiosidade para uma religião autêntica. Captar as suas veleidades, ajudá-lo a determinar-se,
encorajá-lo e desfazer os seus “não vale a pena”. Mesmo quando não tem nada de
concreto a realizar, fazer com que o seu dia esteja preenchido, e ajudá-lo a
superar com decisões autônomas a sua passividade. Devido à sua intranquilidade, necessita do afeto firme e
estável dos que o rodeiam. Evitar as humilhações que ferem a sua dignidade; os
sentimentais apáticos aproveitam-se das humilhações para desprezar-se, para
afastar-se mais da realidade; os sentimentais ativos, para conservar rancores
e ódios. Infundir-lhe confiança e coragem constantemente, mostrar-lhe
com discrição (ou total silêncio) as faltas cometidas, e facilitar-lhe que se
desculpe. No relacionamento afetivo, descobrir a sua sensibilidade, que é
muito rica. Há sentimentais que na adolescência tendem ao dogmatismo e à
utopia; é necessário revelar-lhes essas atitudes e fazer com que as reconheçam. “Conhecer o temperamento dos filhos”
(Anna Maria Costa, in “Conheça seu filho”, 3ª edição,
Quadrante, São Paulo, 1995″)
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